É muito comum que crianças com autismo apresentem seletividade alimentar. Isso pode incluir a recusa por certos tipos de alimentos e uma preferência exclusiva ou restrita por apenas um tipo de alimento.
Sabemos que essa característica não acontece apenas em autistas, porém a seletividade alimentar estar mais propicia em crianças com autismo.
Isso ocorre por um processamento sensorial de toque, um dos sintomas do Transtornos do Espectro Autista. Fazendo com que o processamento sensorial não ocorra de forma típica alterando paladar, olfato, visão e audição. Onde podem ser muito mais ou muito menos sensível aos estímulos sensoriais do ambiente ao seu redor.
Sabemos da importância de uma alimentação rica em nutrientes e vitaminas para o desenvolvimento saudável da criança, por isso, a seletividade alimentar pode ser um problema de longo prazo se for ignorada.
Mas o que é a Seletividade Alimentar?
É a recusa em experimentar novos alimentos, possuir um pequeno repertório de alimentos aceitos, a não realização de refeições em horários e locais diferentes e até mesmo apresentar a resistência à apresentação de pratos e talheres novos.
O Autismo e a Seletividade Alimentar
Problemas de processamento sensorial são comuns em indivíduos com autismo. Por isso, devido ao transtorno, os indivíduos autistas são impactados negativamente em suas rotinas diárias.
Uma das partes principais da rotina diária de um indivíduo é comer naturalmente.
Isso porque, em crianças com autismo, a alimentação pode ser uma das áreas prejudicadas. Estudos mostraram correlação significativa entre transtornos do processamento sensorial e problemas alimentares para essas crianças.
Como a hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos, como texturas, cheiros, temperaturas ou cores têm grande impacto na decisão de uma criança de comer ou não, pode ocorrer seletividade ou até mesmo a aversão alimentar.
Crianças com autismo são realmente seletivas e rigorosas com o que comem e este comportamento cria grandes problemas na dieta da criança.
Onde é importante observar os sinais e tratar sempre com a ajuda de um nutricionista para uma adequação alimentar que atenda as necessidades da criança e ela possa ter um bom desenvolvimento.
Etapas do comer ou 6 passos para criança comer:
- Tolerar;
- Interagir;
- Cheirar;
- Tocar;
- Provar;
- Comer.
4 maneiras de uma melhor aceitação:
- Você pode mastigar cenoura igual ao coelho;
- Olha, você pode ganhar um bigode;
- Macacos comem banana igual a essa;
- Veja se você consegue esmaga-las (feijão ou grão de bico);
- Realizar a introdução alimentar observar a textura de preferência;
- Apresentar o máximo de alimentos possíveis e o estercar os de maior e menor aceitação;
- Uma lista com a dieta oferecida para a criança destacando textura, cor e sabor, marcando os alimentos de recusa e os alimentos de aceitação;
- Cautela ao apresentar ‘alimentos surpresa’ tendo em vista que uma das características principais da TEA é a dificuldade em lidar com mudanças bruscas na rotina;
- Deve realizar uma aproximação gradual da criança ao alimento, na qual deve deixar a comida no mesmo ambiente em que a criança e ir aproximando-os de forma gradual;
- Deve se ter uma rotina com atividades e envolver novos alimentos, não fazendo junto a refeições;
- Brincar com alimentos de plástico;
- Sabe-se que pelo uso de medicação existe alteração na microbiota trazendo desconfortos abdominais, náusea e entre outros, tendo em vista que deve existir um acompanhamento com profissionais adequados onde irão realizar as adequações e suplementações;
- Vitaminas e minerais importante para um bom desenvolvimento: vitamina C, vitamina D, vitamina A, vitaminas do complexo B, zinco e Ferro.

Nossa Nutri Livia Ribeiro (@liviaribeirocs) trouxe essas dicas para ajudar as mamães nesse processo alimentar.